sexta-feira, 5 de julho de 2013

DEUS - 02 -

- Maria Madalena -
- 02 -
O GRAAL
O Santo Graal era um enigma por todos os tempos de vida do noviço Euclides de Astúrias sabedor de algo misterioso dado por outros noviços ao discutirem essa sua origem. Pouco tempo era passado das discussões às escondidas entre os estudantes da Santa Igreja Católica para se construir uma verdadeira noção do poder da história. De Astúrias ficou ciente de verdade a qual numa das histórias sobre e Graal havia uma missão sobre o Caldeirão Mágico, a taça da vida eterna. Naquela manhã de sol e nuvens no mínimo deixava o rapaz amedrontado sobre tais acontecidos rumores.  Em estudos feitos na Biblioteca do Observatório, o jovem teve a oportunidade de ver o segredo da espada de luz do deus celta dada aos heróis após as batalhas ardentes contra invasores de seus territórios. A narrativa sobre os protagonistas vem do reino dos Celtas um conjunto de povos organizados em múltiplas tribos  e pertencentes à família linguística indo-europeia. Boa parte da população da Europa ocidental pertencia às etnias celtas. Na verdade, os celtas acreditavam que a natureza era divina e que plantas, animais e até pedras se comunicavam com seres humanos. Tudo era provido de alma. Acreditava-se que espadas, duendes e feiticeiros habitavam o mundo natural. Os sacerdotes estavam sempre em contato com o além.
De Astúrias:
--- Havia reunião de celtas? Mesmo às escondidas meu mestre? – indagou o noviço pleno de temor.
O monge largou o telescópio e se voltou para o noviço para poder responder. Ele coçava a vista já um tanto preguiçosa por olhar constante o firmamento. Após um breve tempo como se estivesse numa imensa escuridão, o cientista pôs os seus óculos sobre os olhos e declarou:
De Escócia:
--- É verdade. Havia sim. Eles se reuniam em um pequeno bosque mágico para os seus estudos regulares. Os sacerdotes eram os contadores de histórias e lendas. Eles eram poetas, filósofos e possuíam poderes curativos. – declarou o monge soprando a lente de seus óculos por mais uma vez
De Astúrias:
--- E os feiticeiros o que eles faziam? – indagou engasgado com a primeira resposta.
De Escócia:
--- Feiticeiros? Esses abençoavam os justos e amaldiçoavam os maus. – sorriu o monge.
De Astúrias:
--- Ainda bem! – respondeu tranquilizado com a resposta.
De Escócia:
--- Mas, os feiticeiros tinham ritos e encantamentos! – falou o monge ao pobre ser imberbe.
De Astúrias:
--- Ritos? Encantamentos? Para que isso então? – indagou assustado o noviço.
De Escócia:
--- Para apaziguar os poderes da natureza. – sorriu leve o monge e as breves sobrancelhas arqueadas.
Os celtas se organizaram em tribos e ocuparam o território desde a Península Ibérica até a Anatólia, hoje Turquia. Com o passar dos séculos eles se converteram ao cristianismo. Então esse povo nômade sobreviveu em grande parte do território por ele ocupado. Os celtas eram guerreiros impiedosos. Homens e mulheres. E bem se acreditava em ressurgir depois de uma batalha sangrenta e mortal. Essa promessa estava muito bem enraizada no sistema de suas crenças. Quando irrompia uma batalha selvagem os grupos assumiam reinadas condições desenfreadas. Uma condição mordaz e sem par era a de decapitar um guerreiro, pois ele assim não poderia ressuscitar. Esse ritual bárbaro pode ajudar a trazer alguma luz à história do Santo Graal
De Escócia:
--- A convicção celta sobre esse recipiente no século  Iº  depois de Cristo fornece mais uma pista para o surgimento do  Santo Graal. Houve encontro de guerreiros sepultados de cabeça para baixo em vasos. Dentre esses, estava um guerreiro são e salvo.  Abaixo tinha os guerreiros que foram trazidos da vida dos mortos pelo mesmo processo. – explicou o monge.
De Astúrias:
--- Virgem Maria! – gritou alarmado o noviço.
Com isso, o astrônomo voltou a sorrir de cabeça curva para baixo a olhar o rapaz com suavidade. Ele sabia muito do que estava explanando. E o jovem ainda noviço parecia desconhecer a verdade da história.
De Escócia:
--- Assim como os cristãos, os celtas acreditavam na ressurreição. A descoberta de um túmulo de um príncipe perto de Stuttigart, na Alemanha  se encontrou um Caldeirão de Bronze e uma enorme copa do tamanho bastante para acomodar um ser humano. – explicou o monge com a máxima paciência.
O noviço se mostrou mais assustado do que antes. Essa história do Santo Graal era um enigma para o noviço e terrível para ser estudada. A cada passo, Euclides de Astúrias se sentia mais assombrado do que antes. Ele temia discutir abertamente o tema.
De Escócia:
--- Em todas as culturas humanas o ato de viver tem um valor especial. Em muitas práticas rituais, viver tem uma função mágica. Nós sabemos que isso era constante para os celtas que possuíam recipientes mágicos que podiam conceder a salvação ou os poderes mágicos. A tradição se manteve viva até mesmo na ideia do Santo Graal, o recipiente que alimenta e trás salvação. – relatou ainda o astrônomo.
Depois da queda dos Celtas a missão de recipientes mágicos sobreviveu e assim nasceram as primeiras histórias sobre o Santo Graal. Na comunhão, os cristãos celebram a Última Ceia quando Jesus encheu um cálice com vinho simbolizando o seu sangue. O cálice e o vinho tornaram símbolos de vida eterna. Os acontecimentos dos últimos dias da vida de Jesus são muito conhecidos. A história de sua crucificação foi contada, escrita e representada inúmeras vezes. Mas há fatos menos conhecidos dessa história. E um deles envolve o Santo Graal. Segundo a lenda, o centurião romano Longino (Longinus) lacerou o corpo de Jesus crucificado com sua lança. José de Arimatéia, um comerciante distinto e parente de Jesus juntou o sangue de Cristo no cálice usado na Santa Ceia. Muitas pessoas acreditam que esse Cálice seja o Santo Graal. Tudo isso é contado pela Igreja Católica e acredita-se que nesse cálice, o recipiente que se chama de Graal seja aquele que foi usado para recolher o sangue de Jesus Cristo por José de Arimatéia quando o corpo do Mestre foi retirado da cruz. Jesus foi levado para o túmulo da família de José de Arimatéia. Essas lendas e tradições foram à base para o mito do Graal e empreendida por o Rei Arthur e seus cavaleiros, guerreiros que precisavam de um ideal cavalheiresco da lenda arthuriana. Era a busca pela perfeição simbolizada pelo Graal. Segundo a tradição José de Arimatéia guardou o Cálice. Mas por própria conta dos perseguidores de Jesus, o comerciante foi capturado e mandado para a prisão. Depois de libertado, José de Arimatéia abandonou sua terra natal e seguindo uma antiga rota de comércio através do Mar Mediterrâneo ele viajou até o sul da França. Acredita-se que José tenha se estabelecido em terras da Gália junto com outros discípulos, incluindo Maria Madalena. Teria o Santo Graal cruzado à Europa. Sob o ponto de vista puramente arqueológico é perfeitamente aceitável que um homem distinto como José de Arimatéia tenha levado o Cálice que tenha sido usado em ocasiões festivas. A Páscoa, por exemplo.
De Escócia:
--- Ninguém sabe onde ficou guardado o Santo Graal assim que chegou à Europa. Há muitos relatos conflitantes. Uma das discutíveis narrativas mais antigas diz que José, possivelmente acompanhado do próprio Jesus Cristo visitou à Grã Bretanha e levou o Cálice consigo. – explicou o monge ao seu pupilo.
De Astúrias:
--- Jesus! – fez o noviço numa longa expressão.  

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