terça-feira, 9 de julho de 2013

"DEUS" - 05 -

- Santo Graal -
- 05 -
TRADIÇÃO
Uma pequena Igreja se encontra no caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. Acredita-se que por séculos o Nicho tenha guardado o Santo Graal. No século Doze muitos romances sobre o Graal foram escritos. No ano de 1210 o poeta Wolfram Von Eschenbach, Cavaleiro Templário escreveu um poema descrevendo a aventura de Parsifal (Inocente Casto). O poeta considerava o Graal como um objeto, uma pedra com poderes mágicos. Assim como o livro da Cornucópia esta “pedra” oferecia alimentos e juventude eterna. Acredita-se que o seu conhecimento veio através de um homem chamado Kyot, de Provença ou Toledo, na Espanha. Nessa época Toledo era um centro de ciência e literatura da cidade. O legado está guardado na Catedral da cidade. O manuscrito escrito em árabe, hebraico e latim e há indícios sobre o autor original sobre o Graal.
De Astúrias:
--- O que se diz sobre o Graal, meu nobre mestre? – indagou o noviço.
De Escócia:
--- Em um pergaminho do século 12 se encontra um documento escrito como Guinle Antenabon sendo o autor original do Graal, o misterioso George. O documento foi historiado pela esposa do Rei Afonso I governante de Aragão e Navarra, na Espanha, em meados daquele século, época que a veneração ao Santo Graal atingiu o seu ápice. Em busca de mais rastros se parte para o leste da Espanha a procura de novas pistas. Os peregrinos foram até a Igreja de São Pedro em um vilarejo onde se sabia que o Rei Afonso I costumava se dirigir até a um local existente para a sua contemplação silenciosa onde o Santo Graal foi venerado por muito tempo. Esse ponto serviu de interrogação ser o Rei de Navarra seu também guardião do Santo Graal. Mas o Rei sofrera de uma enfermidade fatal e só Parsifal, então guardião do Graal, podia salva-lo. E levou muitos anos até Parsifal encontrar o Castelo do Rei. Ao que parece não houve tempo para salvar o Rei Afonso. Uma capela no local tem uma cruz dos Cavaleiros Templários. Esses homens Templários guardavam o Santo Sepulcro em Jerusalém e tornaram-se os Guardiões do Graal. – explicou o monge.
De Astúrias:
--- Tudo isso é muito estranho. Não haveria outro local para guardar o Santo Graal, meu mestre? – indagou o noviço.
De Escócia:
--- Acredita-se que o Castelo do Graal estivesse localizado em um lugar remoto e coberto pela vegetação, invisível a olho nu. Na Idade Media os Castelos eram símbolos de poder e força. Eles eram construídos em local que inspirava respeito mesmo a uma grande distância. O remoto vale dos Pirineus espanhóis era um lugar prefeito para um Castelo escondido. Existe na Espanha o Mosteiro fortificado de San Juan de lá Penha. É o local para aonde o Rei Afonso I foi levado depois de ferido. O pátio interno é impressionante. Tem-se no local uma fileira dupla com guinchos funerários com representação interessante. Uma âncora foi trabalhada por sobre um símbolo cristão. Parsifal tinha uma âncora em seu Brasão. Então se admitia que essa âncora fosse mais um elo de provas que se tentou descobrir o Graal. Em Barcelona, na Espanha, no registro real da Biblioteca da cidade há mais evidência sobre o Graal. Um documento se refere a o Mosteiro fortificado e um presente. Esse presente é descrito metade em espanhol e metade em latim, como um Cálice lapidado ou um Cálice de pedra. O mesmo Cálice de pedra já ter sido guardado na Capela de San Juan de lá Penha. Na parte mais antiga do Mosteiro existem abóbadas de pedra, um local ideal para se guardar o Graal. A Capela mencionada no documento dos registros reais está localizada por sobre as abóbadas. Elas foram construídas como um Templo. Essa era a sala que Parsifal procurava e que a literatura descrevia como um Templo dentro de um Castelo. De acordo com a história quando finalmente Parsifal encontrou o Santo Graal após suas muitas aventuras ele testemunhou a procissão do Graal que foi liderada por uma virgem do descrito Santo Graal. Logo atrás vinha  um carregador que trazia a lança que ferira o corpo de Jesus Cristo. A lâmina da lança nunca parou de sangrar. Uma carregadora também estava presente. Ela carregava uma travessa na qual supostamente esteve deitada a cabeça de João Batista. – completou o monge beneditino.
O noviço Euclides de Astúrias ouviu toda a explanação ele de muito admirado.  Em plena manhã de sol o rapaz ficou até de boca aberta e olhos desorbitados. Nada comentava como se tudo o que ouvira fosse uma alucinação. As árvores ciprestes davam o tom de sua graça a balançar constante as suas galhas a todo instante. Pássaros canoros agitavam-se como ternas crianças a gargalhar. O silvo do vento cálido era por demais insistentes. Abelhas arapuás faziam sua féria no tronco do pau-brasil. Por longe de onde estava o Observatório viandante a caminho sem dar a mínima importância caminhava como se nada houvesse a discorrer. No caminho da serra apenas o vento instigante.
De Astúrias:
--- Mestre! Tem algo mais? – indagou o noviço ardendo por conhecer a história.
O  monge olhou a distancia e se voltou para o seu pupilo. Sorriu com vagar.
De Escócia:
--- Queres saber? Pois bem: Eu imagino que a busca pelo lendário Santo  Graal esteja no seu fim. Essa parte, que julgo ser derradeiro, então me leva a Valencia, ainda na Espanha.  Ali existe a Capela do Santo Graal. Apesar da Igreja Católica nunca ter oficialmente reconhecido o Santo Graal como relíquia santa, ele tem sido venerado em sua capela por cerca de 600 anos. Sobre o altar existe um sacrário protegido com vidros a prova de bala. Ali dentro está recipiente mencionado o documento da Biblioteca de Barcelona: o Cálice lapidado. O Cálice de pedra. O Santo Graal. Segundo o poema do Santo Graal, de vez em quando uma inscrição estranha aparecia do Graal. Inscrições que não foram até hoje decifradas. E assim se chega ao fim da busca ao Cálice Santo, o Cálice da Última Ceia, desde os celtas à era cristã. Mas não existe uma conclusão verdadeira para a história. O Graal ou o Cálice continuará para sempre um enigma. Como as linhas entre a realidade e a imaginação, a fantasia e a história continuam nas mesmas áreas de um conto. O Santo Graal permanecerá para sempre contado diferente para pessoas diferentes. E a busca para se encontrar a verdade permanece. – definiu o monge com seu olhar ao noviço.
O Santo Graal é um dos mais antigos e enigmáticos mitos da humanidade. Sob uma análise superficial, é o cálice usado por Jesus Cristo no episódio da Última Ceia e que contém seu sangue, que havia sido recolhido no momento da crucificação. O  termo Graal, no francês arcaico, significa bandeja. Por outro lado, pode ter origem latina, no vocábulo Gradalis, que significa cálice. Já o termo Sangraal seria uma variação etimológica de Sangue Real. Numa narrativa mais fantasiosa, o próprio Cristo, quando esteve na Cornuálha (Inglaterra), recebeu de presente um cálice de um druida (sacerdote celta). Jesus atribuía um valou especial a este objeto. Após o episódio da crucificação, José de Arimatéia decidiu levar o objeto, já santificado pelo sangue de Jesus, de volta ao sacerdote celta. Este sacerdote celta seria Merlin, o poderoso mago das lendas da Távola Redonda.
Há, pelo menos, duas versões para justificar a origem e o desenvolvimento histórico do mito. Numa primeira análise, a lenda conta que José de Arimatéia recolheu no cálice utilizado na Última Ceia, o sangue de Jesus, no momento em que este era crucificado, após o último golpe de lança aplicado pelo soldado romano conhecido por Longinus. José, que era membro do Sinédrio (tribunal judeu) e um homem de posses, solicitou ao Imperador Pôncio Pilatos o corpo de Cristo como uma “recompensa” por seus préstimos ao Império. Pilatos atendeu ao pedido e José enterrou o corpo de Cristo em suas terras.
Após esse fato, José de Arimatéia, que secretamente era seguidor de Cristo, teria sido feito prisioneiro pelos judeus por ocasião do sumiço do corpo de Cristo. José ficou muito tempo como prisioneiro numa cela sem janelas, alimentando-se apenas de uma hóstia diária, entregue por uma pomba que se materializava. Certa vez, o próprio Cristo surgiu diante de José entregou-lhe o Graal com a missão de protegê-lo. Após conquistar a liberdade, utilizou-se de uma conhecida rota comercial e viajou para a Inglaterra, onde atualmente há as ruínas da Abadia de Glastonbury. Porém, não é possível afirmar onde o Graal teria sido ocultado a partir deste momento.
De Astúrias:
--- Mas mestre: Não há outra versão sobre o Graal? – indagou o noviço querendo saber.
O monge olhou para a face do noviço e tornou-se sério.
 

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