domingo, 4 de setembro de 2011

VENUS ESCARLATE - 40 -

- TRÂNSITO -
- 40 -
Tão logo deixou Zilene em frente ao Jornal onde ela trabalhava, Glauco rumou para a Agência Pernambucana, às oito horas da manha, quando o expediente estava a começar. O comércio registrava o seu número de pessoas, principalmente de empregados. Um trem apitou logo a seguir da Rua Chile avisando aos viandantes e motoristas estando à máquina a transitar. Ninguém teve susto nem medo por causa do trem. Apenas alguns transeuntes se viraram a olhar a máquina lentamente trafegando com o seu chiado e buzinado alarmantes. E por isso os mais importunados diziam:
--- Chateação! – dizia um.
--- Passa por cima! – gritava outro.
--- Arrocha!!! – declarava o mais atrevido.
E o maquinista pouco e nada ligava para os descompostos ousados. O novo automóvel de Glauco estacionou em frente a Agencia Pernambucana onde o homem saltou olhando para o trem atravessando pouco distante a rua aonde os outros carros também vinham estacionar. A rua era a Avenida Tavares de Lyra. Ela começava da margem do rio e terminada no cruzamento com a Avenida Rio Branco, há uns quinhentos metros após. Glauco sacudiu a poeira da calça, atravessou a calçada sob uns pés de fícus e entrou na Agencia a procura de novidades, além dos seus jornais de costume. E então, Glauco vislumbrou uma publicação pouco recente cujo nome trazia uma impressão figurativa de momento: A ESTAMPA!.  Aquele era uma publicação nacional e trazia artigos de vários autores. Há observar um pouco mais tranquilo, Glauco notou algo a lhe chamar a atenção. O NOME DO PAI.
--- Interessante! – respondeu Glauco calado como só para ele.
O artigo trazia um composto sobre o nascimento. Ele observou surpreso todo aquele volume de narrativa onde estava expresso em seguinte registro. E como um bom maçom, Glauco, pois a ler o artigo cujo teor era dito:
---  Após a Suméria, a mais antiga civilização da humanidade que se tem noticia, vivendo na extremo sul da Mesopotâmia vieram então os Caldeus originado a Caldeia. Entre os rios Eufrates e Tigre, os caldeus deram prosseguimento ao que fizeram os antigos e guerreiros sumérios. Fundamentados na cidade de Ur, fundada pelo Rei Ur-Nammu, os caldeus deram origem a um personagem bíblico citado no livro de Genesis, o qual se distinguiu como um homem a criar o Deus. É tanto que Bíblia, nos capítulos iniciais se diz o Deus “de Abraão”. Ele estava com 14 anos de idade quando tocou fogo no Santuário do seu pai Terá onde estavam guardados todos os deuses da antiguidade: deus contra fome, a morte, o vencido a até a dor de barriga, o bicho de pé e a doença de olhos. Foi assim que Abraão resolveu acabar com tudo e ficar com um só deus. Já estando um pouco maduro, ele casou com a moça Sara ou Agar e então migrou para outras regiões aonde veio a fundar o templo de um só Deus na cidade da Síria habitada no vale do rio Eufrates. É tanto que Abraão e interpretado como Pai. E ser pai significa ser também um Deus. E como o Deus de Abraão revolucionou a temática do reino, ele passou a ser igualmente citado com Abraão do Senhor seu Deus. Assim vejamos o nascimento de um deus. Quando um homem necessita fecundar a sua bem amada mulher, milhões de outros espermatozoides se seguem com um. Esse se “salvará”. Apenas um ser. Os outros são todos deletados ou mortos. Porém o que se salva entra do óvulo e ali habita por o seu tempo. Sendo o homem, o caso são nove meses. Na ocasião em que ele se salva é preso no óvulo onde é alimentado pelo sangue ou mucosa uterina quando está fecundada a companheira, para dizer de forma mais simples. O fato é que existe o Pai e a Mãe em todos os casos. E a serpente dita no Genesis nada mais se torna a ser o serpentear do um micro espermatozoide com rabinho e tudo a procura de salvar a sua “pele”, ou seja, de encontrar o local de entrada para estar do óvulo. Os demais “irmãos” que ficam a margem, esse são a “clara” de um ovo – de galinha, por exemplo – e depois são deletados para o chamado “inferno” ou terra, quando a mulher vai se banhar. Esse é principio de uma vida. E por isso se dá o exemplo: Em nome de Pai. Do Filho e do Espirito Santo, cujo sentido é a própria mãe do feto. Isso representa o elefante, o jacaré, o crocodilo, o leão e também a borboleta, as coisas mais simples da vida e até o homem. Há quem diga uma citação de Jesus: “Eu sou”. E Ele foi como o homem de hoje pode dizer: “Eu sou!” porque ele é o homem. E o inferno é o “mundo inferior” ou lugar dos mortos e pode ter o significado de Seol ou Hades.
--- Incrível esta interpretação do nascimento de um ser. – relatou silencioso o homem Glauco.
E ele apanhou um exemplar da revista com uma Vogue para entreter a sua noiva, os jornais do dia e foi embora para a sua repartição de trabalho. Na revista tinham amplas reportagens e artigos sobre beleza, mundo, casa, estilo de vida e coisas a mais. Glauco Rodrigues sorriu de felicidade, pois aquele era o número mais novo da revista nas bancas da cidade. Antes porem, ele deixou o automóvel no estacionamento da Ford, na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua Sachet, veio ao hotel, mudou de roupa – suja – se vestiu a prumo para ir aos afazeres do dia. Eram quase nove horas quando Glauco chegou à repartição e não avistou por perto a moça Racilva Arantes. Logo ele pensou de estar na hora, pois com certeza o ônibus atrasou um pouco mais. Naquela hora da manhã já estava a falar em uma possível greve do Sindicato dos Garis. Na ocasião, Glauco não deu a mínima importância para o fato. E mais: ele estava a haver com despachos de documentos muito mais importantes. Porém, naquela hora ele recebeu a vista de sua sobrinha Walquiria. Ela estava tão bem trajada, pois nem sequer esses trajos ele então notou de repente. Acolheu Glauco com boas vindas a chegada de Walquiria. E a moça indagou de repente:
--- Onde está Racilva meu tio? – indagou surpresa a moça.
--- Vem por ai. Vem por aí!. – respondeu o tio a beijar as mãos de Walquiria se atropelos.
--- Isso é que é emprego! Chega-se a hora que se quer. – sorriu a moça incontinente.
--- Novidades para me contar? – perguntou Glauco a sua sobrinha.
--- Se tenho? Ora se tenho! Fui promovida a diretora de um estabelecimento de ensino. – sorriu Walquiria como se estivesse toda satisfeita.
--- E foi? De qual Governo! – indagou de surpresa o homem.
--- Bem. Foi e não foi fácil. Ontem eu fui a Prefeitura fazer um teste para servir de datilógrafa. Veja que coisa! Bem! Eu estava respondeu as questões quando entra na sala um velho amigo. Eu nem reparei. Mas ele me viu. E de surpresa me apanhou naquela ocasião e dizer não admitir eu ser apenas datilografa da Prefeitura. Enato ele me levou até o Prefeito e declarou:
--- Empregue a moça! – disse Carlos Gardel.
--- Então passei a conversar com o prefeito e ele logo disse: Eu era a diretora de um colégio em lugar de secretaria do prefeito. E agora estou aqui para contar ao senhor o feito. – declarou a moça cheia de entusiasmo.
--- Bom. Esplendido! Alguém já foi informado? – indagou o tio.
--- Não. Espero a publicação no Diário Oficial. Mas, amanhã eu irei à fazenda e direi ser a nova diretora de ensino da Secretaria de Educação. – respondeu Walquiria sorrindo.
Nesse momento Racilva Arantes entrou em seu gabinete e trabalho. Feliz da vida ela abraçou a sobrinha do seu noivo. E por fim Racilva deu uma olhadela na sua banca de trabalho e notou a presença da revista Vogue.
--- Vogue! Já chegou? Maravilha! Eu vou por uma banca para mim só por causa das revistas de estilo. – gracejou a moça apresentando a Walquiria o novo exemplar da Vogue.
--- Eu vi na Agência e trouxe logo para você. – sorriu feliz Glauco ao se desfazer de qualquer temeridade.
--- Já sei. Tu és um amor de criatura. Mil beijos! – declarou sentida a noiva de Glauco.
E Glauco convidou a sobrinha para comemorar a sua contratação pelo Município para um refrescante salutar almoço no restaurante do Grande Hotel, que foi aceito prontamente. As duas elegantes moças pediram licença ao chefe de Racilva para irem ao comercio do bairro da Ribeira para olhar almas novidades em roupas de luxo. Walquiria estava certa do seu contrato pela Prefeitura e quando saísse à nomeação ela queria estar melhor apresentável os modos de vestir.
--- Essa revista mostra um estilo melhor de se vestir? – indagou Walquiria a Racilva.
--- Tem de tudo nessa revista. É uma revista da moda francesa, creio eu! – sorriu Racilva ao contemplar a revista a sua amiga.
--- Francesa? Mais que luxo? Será que tem aqui algum artigo que se contemple em alguma loja? – indagou aflita a jovem Walquiria a sua amiga.
--- Creio que tem. Parecido, tem! – relatou Racilva a Walquiria.
--- Vamos ver se encontramos. – sorriu Walquiria apresando o passo.
E desta forma as duas moças passaram a manha a percorrer as lojas de artigos femininos, experimentado blusas e saias, vestidos e adornos. Tudo o que se podia almejar naquela festa de autêntica beleza. As horas foram passando até chegar a hora do almoço no restaurante do Hotel.


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