sexta-feira, 11 de novembro de 2011

CREPÚSCULO - 11 -

- BOZENA STACHURA -
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DISCO VOADOR
O caminhão militar chegou a Fazenda Mombaça repleto de homens, todos bem armados. Logo em seguida os militares tomaram posição em ampla cercania da fazenda e o Coronel do Exercito tomou impulso e entrou no casarão a indagar pelo homem que viu o UFO. Exaltado com aquela aparição tão de repente de um aparelho não identificado em sua jurisdição militar, o Coronel, de imediato deu ordens ao grupo de soldados para manter absoluto sigilo do que estava se passando. E conversou de pronto com Orlando Martins a respeito do que ele chegou a ver em suas terras. E Orlando declarou então.
--- É o que eu disse Coronel. Uma forma gigante. Um Disco. Ele apagou até mesmo a minha lanterna, para não falar nos faróis do carro. – relatou Orlando aquela autoridade militar.
--- É o seguinte. O senhor está convidado a ir a capital relatar o ocorrido ao Comando Geral do Exercito para se ter a noção do fato. Esse convite para o senhor ir agora! – conversou baixo o coronel.
--- Mas agora, Coronel? Eu nem tomei banho! – relatou Orlando um tanto desenganado da sorte.
--- Vamos imediatamente. Depois de falar com as autoridades da capital, nós trazemos o senhor para a sua fazenda. Não se incomode com o que pode ocorrer. – relatou o Coronel do Exercito bastante aturdido.
O certo é que o homem passou água no corpo em total desespero e se vestiu como pode para seguir viagem até a capital naquela mesma tarde. Como a condução fosse pouca, Orlando foi conduzido em seu próprio carro. O Coronel, comandante da tropa, redigiu uma nota na qual solicitava mais um jipe e o Caminhão para poder executar o que ainda estava por ser feito. Em seu lugar, a moça Marina Martins, filha do doutor Orlando Martins ficava enojada com o sucedido e ainda discutia se podia sair de casa àquela hora, ou mais cedo ou mais tarde. E ninguém dos Militares estava com ordens de responder. Um tenente apenas respondeu:
--- Estamos cumprindo ordens! – declarou o militar.
--- Ah é! Pois fique sabendo que eu sou a Secretária de Educação. E não vou ficar presa por sua bela vontade. – enfatizou Marina querendo comprar briga.
Naquele mesmo instante, um pelotão chegava à residência do médico veterinário João Mota a procura do mesmo e do seu auxiliar Joaquim Solano para comparecer a sede do Quartel improvisado na sede da Fazenda “Mutamba” onde eles prestariam maiores esclarecimentos sobre o UFO ou coisa parecida. Outro batalhão seguiu em frente, até a Serra Monte Sagrado onde procurava galgar a muralha de pedra, de fato íngreme onde ninguém, ao que parecia, tentara ascender em tempos remotos. E a ordem, naquele instante era então subir de qualquer forma para identificar ter havido naquele local uma base de alienígenas. O garoto Paulo, neto do velho Juca – João Tenório de Alencastro – seguia firme com os militares até o todo da montanha onde tinha avistado alienígenas ou seres de outros mundos. A descrição dada pelo garoto era tudo anotado para o caso de se encontrar alienígenas naquela muralha ou campo de pouso dos extras-terrestres. Estava no comando um major que apenas fazia gritar para que os soldados subissem o mais rápido possível. A subida era íngreme e pelo que se observava somente nas vexadas horas do dia seguinte era possível se contar vitória.
O veterinário João Mota estava com o seu auxiliar Joaquim Solano prestando depoimento às autoridades militares enquanto o Prefeito Sebastião Salgado e o delegado da Policia, Benjamim Carvalho esperavam na sala de espera pelo velho Juca. Esse estava a conversar com o Secretario do Interior e Justiça sobre o que de fato havia ocorrido com o seu gado e os homens que findaram raptados pela astronave por algumas horas durante à tarde do dia anterior. A conversa entre as autoridades do Governo transcorreu de modo discreto onde nem os próprios filhos do velho Juca tiveram acesso ao que era explanado. Enquanto isso, do lado de fora do Quartel improvisado ao longo das terras do velho Juca, os dois vaqueiros – Manoel Izidro e Manoel Moço – permaneciam silenciosos à espera de serem interrogados por sua vez. Eles foram raptados pelos alienígenas da nave extraterrestre. Assim definiu o garoto Paulo que os viu serem levados pelos seres estranhos. Em determinado instante, Izidro indagou ao seu companheiro:
--- Você foi ao médico? – perguntou Izidro sem que nem mais.
E o outro respondeu firme:
--- Eu não! Por que teria que ir? – fez ver o outro vaqueiro, Manoel Moço.
--- Por nada, É que me passou pela cabeça. Coisa estranha! Eu heim!– disse Izidro talvez a se lembrar do caso do disco voador.
Enquanto isso, a moça Marina estava presa em sua casa sem poder sair para canto algum, pois a Força Policial do Exercito impedia de qualquer ação aos moradores do sitio daquela hora em diante até ter uma nova posição do Comando da Tropa. Laura, mulher de Orlando Martins e enteada de Marina, por que a moça nasceu de primeira núpcia do seu pai com a moça Nara Soares Martins, apenas resmungava e não se saber por que, com a sua filha Amanda levando no colo da cozinha para o quarto. Marina era filha de Nara Soares que morrera assim que dera a luz à filha. É tanto que a gente do sitio, principalmente as mulheres, comentava ter dona Nara morrido de parto. Quando a menina já estava com dez anos de idade, Orlando Martins arranjou outro namoro, dessa vez com a jovem Laura e se casou então. Mas, a moça não se dava muito bem com Laura e tinha tempo que passava na cidade na casa da sua avó, mãe de Nara Soares. E desta forma seguia a sua vida de ida e vinda para a fazenda do seu pai. E dessa vez, Marina foi chamada pelo Prefeito da cidade, o fazendeiro Sebastião Salgado, para assumir a Pasta da Educação. Sem muito a ter que reclamar, ela aceitou o cargo. Porém não teve tempo de dizer ao seu pai que era a nova Secretária de Educação e Cultura por conta do desacerto havido com o Disco Voador como o povo chama o Óvni ou UFO.
--- Bosta de uma merda lascada! Eu não tive nem tempo de dizer a meu pai que sou a nova secretaria de Educação. E agora eu vou querer um carro! Não tem nem conversa! – reclamou Marina na sala onde estava naquele momento.
--- Tem cavalo! – sorriu o vaqueiro José Jacó.
--- E eu sou égua, sou? – indagou Marina ao vaqueiro.
Naquele instante foi que Marina notou a presença do vaqueiro Jacó em plena sala de estar. Esse sorriu e pediu desculpa a moça.  Marina apenas sorriu em troca. Jacó ainda informou:
--- Na garagem tem uma charrete. Ela foi do seu avô. E seu pai percorreu toda a fazenda nela – relatou o vaqueiro e capataz José Jacó.   
--- É. Mas para mim eu prefiro mesmo um carro. Carroça agente tem que tratar do burro. E ele não pede cerimonias para fazer as suas necessidades. – confessou a moça meio desatenta.
--- Mas ainda se usa nos dias atuais. Tem charrete toda coberta de lona. Tem charrete para apenas duas ou três pessoas, tem charrete para uma só pessoa e tem charrete que serve para casamentos de Rainhas, Príncipes, Princesas com lustres a moda antiga. Tem vários tipos de charretes. – disse mais seu Jacó.
--- E tem charrete de madeira onde cabe varias pessoas e um burro peidão. – disse a moça e gargalhou até de mais.
O capaz gargalhou e após de achar graça até demais foi dizendo:
--- Eu vou sair daqui antes que sobre pra mim. – relatou seu Jacó tirando aas esporas de casa adentro.
Enquanto os militares tentavam seguir a muralha de pedras esbranquiçadas, já temendo não dar para subir aquele local bastante íngreme, a não ser com o apoio de militares adestrados para subir a serra, no Quartel improvisado terminara a conferencia do Comando com o veterinário João Mota, tendo ao lado o seu ajudante, Joaquim Solano, o homem que foi raptado no dia anterior, foi a vez de depor os dois vaqueiros, Manoel Izidro e Manoel Moço. Um deles tinha argumentado se o companheiro tinha ido ao médico em dias muito distantes. Foi Manoel Izidro. Ao ser indagado por isso, Manoel Moço respondeu não ter ele nunca ido ao medico. E a conversa ficou nesse ponto.
No casarão, estavam reunidos o velho Juca e o Prefeito Salgado juntamente com o delegado Benjamim Carvalho, sargento da Polícia Militar. Ainda havia na sala o Secretario do Governo do Interior e Justiça, e seus dois homens de imprensa – um repórter e um fotógrafo.  O velho coçava a cabeça pensa para o lado esquerdo e perguntava ao Secretário do Interior se aquilo levaria muito tempo. O Secretário disse nada saber a respeito.
--- É o diabo. A mulher foi falar que na serra foi o ninho de discos! Pra que foi dizer isso? – indagou o velho Juca todo aperreado a se coçar como se tivesse levado uma surra de espinho do mato.
--- Mas o Comando já sabia disso tudo. Só esperava a oportunidade para verificar in loco. – respondeu o Secretario do Interior.
--- Já sabia? Como? – indagou perplexo o velho Juca.
--- Eu não sei. Se bem não me falha a memória, o Comando faz vôs de avião e de helicópteros sempre que pode a procura de elementos fugidios e coisa assim. – relatou o Secretario do Interior sem muita graça.
--- Quer dizer que o Comando da Tropa Armada já tinha certeza de haver uma base de disco voador no meu quintal? – perguntou alarmado o velho Juca.
--- Por certo. Por certo. O senhor já avistou um voo de asa delta por cima daquela serra? – indagou o Secretário ao velho Juca.
--- Não me lembro disso. Você já viu Salgado, esse negócio que o Secretario falou? – indagou o velho Juca ao prefeito da cidade.

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