sábado, 19 de novembro de 2011

CREPÚSCULO - 18 -

- JENNIFER CONNELLY
- 18 -
CARRO TANQUE
O acidente com o automóvel Número 01 do Governo do Estado se deu em um cruzamento. O veículo se dirigia ao Município de Panelas onde era servido um almoço as autoridades de vários escalões dos Governos Municipal, Estadual e Federal. O atraso que se deu no deslocamento da Capital para aquele município foi por causa de uns ajustes do Governador a fazer em sua Pasta. E quando eram onze e meia, o  homem se dirigia àquele Município em companhia de três auxiliares diretos. O veiculo que os levava, seguia com toda pressa para não atrasar mais tempo o almoço oferecido por doutor Orlando Martins. E a viagem seguia tranquila, apresa de haver alguns veículos no próprio itinerário o Governador. O sol era quente por demais àquela hora da manhã e apenas o ar condicionado do veiculo deixava os ocupantes do carro bem mais tranquilos.  A estrada fazia um contorno no ponto em se dirigia ao Município de Panelas enquanto a estrada seguia em outra direção até o fim do Estado onde era a produção de petróleo retirado em terra e no mar. A região era a de Liberdade, nome dado também ao próprio município. Além da produção de petróleo havia igualmente a de sal e de frutas. Enfim, Liberdade era o principal exportador de frutas, sal e  petróleo do próprio Estado. Em caminho contrario, segundo pela estrada vinda de Liberdade, estava um caminhão a diesel conduzindo óleo cru. A distância entre o veiculo do Governador e o caminhão era regular. Mesmo assim o automóvel do Governo teria que fazer uma parada momentânea para o contorno do carro grande. O motorista do caminhão de um só eixo nem se vexou com esse detalhe. Apenas prosseguiu viagem, sabendo que podia contornar pela frende do automóvel carro 01 sem a menos preocupação. O caminhão de transporte de óleo cru era de um negrume sem precedentes. Ele era protegido por um para-choque de lamina de ferro bem robusta, dos faróis até certo ponto gigantes acima do para choque, dois para-lamas a dar ao veiculo uma proteção maior, tendo o caminhão uma maior robustez; um motor na frente com a cobertura de um capuz. Na frente do motor tinha um revestimento bem compacto. Seu comprimento era de aproximadamente vinte metros. O motor de veiculo ocupava cerca de dois metros de comprimentos. Vinte pneus, sendo dez de cada lado. Tanques de óleo revestidos e bateria igualmente também. O Caminhão-tanque era verdadeiramente um monstro sagrado ou, quem dirá satânico das estradas esburacadas do País. A sua finalidade era a de levar mistura asfáltica para aplicação nas rodovias do Estado – e de outros Estados, dependendo do pedido -. Naquela de quase meio dia, o caminhão-tanque já todo sujo de betume, poeira e o que mais tivesse, da frente do motor até o último ponto da carroceria, trafegava a seguir outros caminhões tanques, cujo acaso era trafegar em comboio.  Meio distante dos outros caminhos o velho ou novo caminhão viajava.  O automóvel do Governador, em sentido contrário entrou na dobra do Salto da Onça para poder seguir para o município de Panelas. Com a pressa do Chefe do Estado por estar bastante atrasado para a cerimonia realizada no Hotel “Cassino”, o motorista menor deu força para passar na frente do caminhão tanque. O gigantesco veículo, ao temor de um choque iminente, buzinou forte. As duas cornetas em cima da boleia do motorista foram acionadas com alarde para avisar ao motorista do carro menor que ele estava a transitar em sentido de impacto. O auto do Chefe do Estado não levou tal êxito em consideração. E no momento final. O carro oficial tentou cruzar pela frente do gigantesco torpedo da estrada abrindo passagem entre outros veiculo menores estacionados em igual direção. O baquear foi à última questão a haver. Com suas buzinas ligadas, o caminhão gigante viu o estilhaçar de metais, de ferros e de vidros por baixo dos seus vinte pneus apenas a gritar no compacto chão de betume. Foi um estraçalhar inconfundível de ambos os carros. O auto do Governo foi arrastado por cerca de dez metros e o caminhão tanque a sofrer o revés de sustentar toda aquela ferramenta por baixo dos seus pneus. Alguém, em outro automóvel ainda assim falou:
--- Vai bater! – disse uma pessoa plenamente assustada.
--- Ai meu Deus! – respondeu outro ao ouvir os atritos dos dois carros.
--- Ora merda! O caminhão passou por cima do carro pequeno. – gritou outra pessoa a olhar a tragédia iminente.
--- Vamos salvar o pessoal!. Vamos gente! – exclamou outra pessoa.
--- Cuidado! O caminhão vai virar! – disse outro em pleno desespero.
Nesse momento, o caminhão-tanque parecendo uma fera solta de um gigante circo girou por sobre o pequeno automóvel e, em um dado momento, como lançado as suas presas, esmigalhou o automóvel feito em pedaços. Eram pedaços pequenos e maiores. Porém eram todos em pedaços. As engrenagens do carro tanque logo à frente tombaram por cima do frágil carro do Governador, tento arrastado como se fosse com prazer fazendo em migalhas os corpos de gente que estava no interior do automóvel. O motorista do carro tanque conseguiu sair de dentro da sua cabine e ver a hecatombe do apavorante acidente em plena manhã de sol. As pessoas dos autos correram a acudir as vitimas. Porém logo verificaram ter pouco a fazer com aqueles corpos. Apenas o motorista do automóvel ainda estava jogando a beira da estrada. Ele era um dos ocupantes do trágico acidente e se encontrava completamente desfalecida. Outros carros tanques estavam mais a frente do bárbaro caminhão tanque. E o motorista apenas lamentava a tragédia ao afirmar;
--- Louco! Não estava vendo que tinha que passar! – dizia o motorista do caminhão tanque.
--- O caminhão vai explodir. Corra. Depressa! – disse outro caminhoneiro ao ver o mar de betume ao se espalhar pela estrada.
Com esse desespero dos amigos carreteiros, o homem procurou se defender da explosão do seu carro tanque e avisar aos demais motoristas e gente de não se aproximar do veículo já em começo de chamas. Cada um dos ocupantes dos carros que estavam a querer prestar socorro caminhou até o local com seus extintores contra incêndio. Na hora do desespero os motoristas fizeram como puderam para a contenção maior do acidente e derramaram por sobre toda a pista encharcada. Alguém gritou para os demais que estavam prontos do local a que ajudassem a retirar os restos dos corpos  das vitimas do desastre.  
Mas já era passada um quarto de hora desde o acidente do carro tanque penado em cheio o veículo oficial do Estado causando a morte dos seus quatro ocupantes. Foi nesse mesmo momento que chegaram duas radiopatrulhas do Departamento da Polícia Federal e tão logo bloquearam a região conflagrada, movendo o transito de veículos por outra região no sentido vai e vem. Foi um trabalho árduo dos patrulheiros com todo o empenho possível de orientar os motoristas que seguiam para o lado do município de Liberdade ou mesmo para o outro local onde ficava o município Panelas onde estava programada a festa daquele dia. Duas ambulâncias chegaram ao local do acidente, porem foi suficiente apenas uma delas, pois um único sobrevivente da tragédia tinha sido o motorista do Governo. Ouve outra chamada para o Instituto Medico solicitando um carro de conduzir mortos e o médico de plantão do momento. Isso levou mais de duas horas pois o médico estava sendo solicitado em outra ocorrência.
Por isso mesmo, os corpos somente foram levados para o Instituto Medico a quase três horas da tarde quando se deu o comunicado ao doutor Orlando Martin patrocinador da festa na cidade de Panelas. Dai então começaram as divulgações da morte trágica do Governador e seus auxiliares. O embarque do corpo do Governador se deu duas horas depois para o Salão Negro do Palácio. Desta hora em diante, apesar de ser sábado, o povo foi mobilizado para hipotecar suas condolências ao Governo do Estado. Os outros três auxiliares direto foram também levados para o Palácio até as primeiras horas do domingo quando saíram para os seus locais de onde viviam com as suas respectivas famílias. Foi longo o pranto e a dor de quantos foram dedicar suas últimas homenagens ao querido Chefe de Estado.
No dia seguinte, domingo, os jornais tiveram as melhores aceitações do público pela cobertura do trágico acidente. Mas, já no sábado as emissoras e rádio e de televisão dedicaram seus horários de jornais falados a um só assunto: MORRE GOVERNADOR DO ESTADO; ACIDENTE MATA GOVERNADOR; E assim por diante. Tudo era comoção. Mesmo o jornal da oposição se absteve de fazer crítica e deu a nota a dizer ter o Governado sido vítima em uma estrada do interior do Estado. De qual modo a notícia da morte do Chefe do Estado repercutiu na imprensa internacional. E os jornais locais tiveram de cobrir o sepultamento do Governado tendo sido em uma cidade do interior na tarde do domingo. Com isso, tais jornais tiveram que fazer destaques ao homem probo de inigualável passado, o mais querido da família no seu Estado em outras partes do País.  Na rua, era silencio total do povo que andava cabisbaixo pela perda do seu nobre chefe. Na segunda feira, foi decretado luto oficial e ainda assim a Prefeitura suspendeu o expediente igual como fizeram as repartições estaduais. E a pergunta era uma só:
--- Você viu? – alguém perguntava.
--- É lamentável! – respondia o outro.
--- E como foi a tragédia? – indagava um estranho.
Não havia resposta a ser dado aquele “animal” que nem sabia quem era o Governador do Estado. Quem o ouvia ainda fazia uma cara feia, de mau humor. Na cidade, desde o sábado, os automóveis particulares trafegavam postando uma tarja preta em sinal de luto pela morte do ilustre homem. No interior, pelo menos na cidade de Panelas, era luto total. As pessoas do local precisavam ouvir as emissoras de rádio para conhecer as verdades do fato. As estações de televisão chegavam a poucas residências. Por isso, teve gente de não saber de imediato do acidente no qual vitimou o Governador do Estado. Ônibus que chegavam a rodoviária traziam noticias constrangedoras do desastre. Alguns poucos viajante, traziam, no sábado, as primeiras informações. Porém era tudo muito desencontrado. Havia passageiros que chegaram ainda no sábado que ainda dizia:
--- Ave Maria! Que desastre! – relatava alguém.
---Estou é atrasado! Por causa do acidente a gente teve de parar mais de três horas! – falava outro irritado.
--- E foi na estrada? – indagava alguma pessoa da cidade de Panelas.
O luto também foi decretado na cidade de Panelas pelo prefeito Sebastião Salgado no próprio sábado quando chegou a notícia a Prefeitura dando conta do desastre com o Governador. Nesse ponto, rumaram para a capital o prefeito Salgado, o Coronel João Tenório de Alencastro; o doutor Orlando Martins e a sua filha Marina, Secretária de Educação além de vasta gama de autoridades e parceiros do Governo do Estado. Todo o pessoal foi prestar homenagem póstuma as três vitimam da tarde daquele sábado. Uma caravana formada na frente por o Coronel Juca correu a via para chegar a poucas horas ao Palácio do Governo. Todos os veículos da caravana também postavam seu sinal de luto.

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