domingo, 13 de novembro de 2011

CREPÚSCULO - 13 -

- Elizabeth Taylor -
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O BAR
Os helicópteros soltaram na parte de cima da serra Monte Sagrado às primeiras horas da manhã daquela quarta feira o primeiro grupo de paraquedistas tendo a frente o tenente do Exercito a comandar os demais agrupados que estavam aptos a percorrer o grande campo a sua frente. Um capitão ficava no comando da tropa para dar as instruções cabíveis ao grupo da Brigada de Paraquedistas fortemente armados. A Brigada estava no alto de Serra da fazenda do velho Juca. Um vaqueiro foi quem deu alerta ao velho Juca e aos seus filhos Chiquito e Tonheca de que as suas terras estavam sendo invadidas pelo Exercito. No mesmo instante chegava um capitão para pedir a permissão de invadir a Serra, pois ali estava o ninho de toda a história  dos Discos Voadores. Ele chamava os discos de Ufos. Já estava acertado que outro grupo da Brigada saltaria logo a seguir no topo da serra. A Brigada de Infantaria Paraquedista era uma das tropas de elite do Exército Brasileiro. O pessoal estava capacitado de saltar em selvas, caatingas, montanhas e pantanal. De pronto o velho Juca deu autorização para a ação dos homens do Exército. Em cima, na Serra Monte Sagrado, os paraquedistas já estavam a vasculhar extensa área entre matagal rasteiro e buracos abertos no morro, vasculhando vasta região de campana onde nada havia há se verificar de momento para outro. Ao cabo de um bom tempo, um militar gritou para o seu tenente:
--- Tenente! Tem aqui um possível cemitério! – gritou o militar para o seu tenente.
Nesse ponto, todos se dirigiram para o local apontado. Não tinha cruzes o local. Mas havia boa explicação para que naquele trecho fosse por certo tempo um cemitério onde se sepultava corpos de alienígenas, pois era um local ermo onde só podia haver gente que soltasse do alto.  O Tenente mandou resguardar a área e por questão de segurança ando um rádio e chamou o capitão detalhando o achado. Esse, por sua vez, entrou em contato com o major e dai com o Comando Geral. Com efeito, chegavam-se à vez de se chamar uns cientistas capacitados em exumar corpos de mortos ou possivelmente mortos. De fora, apenas se podia notar uma passagem. Porém, depois dessa entrada tinham mais passagens feitas por mestres de obras de um reino distante. Eram vários covas ou túmulos alinhados como ataúdes de arte. E para se necessitar de professores em sarcófagos milenares tinha-se que esperar um bom tempo.
Entrementes, as comunicações se revezavam. A Polícia Militar guarnecia a cidade de Panelas enquanto o grosso da tropa das Forças Aramadas e da Aeronáutica cuidava de fazer uma construção de um campo de pouso numa rapidez incrível. Laura, a mulher de Orlando Martins teve que sair para a capital levando a sua menina nos braços. A moça, Marina cuidou de assumir a Secretaria de Educação enquanto a sua prima Darlene cuidava da casa grande enquanto o seu dono, Orlando, tinha de revistar constantemente a parte em obras da fazenda Mombaça. Naqueles dias iniciais, o povo não saia de casa temendo ser detido. O louco “Trapo” era o único a fazer discurso em praça pública. Os professores municipais continuavam a fazer silêncio e os pais das crianças resolveram dar aulas para os seus diretos filhos.
O tempo foi passando e já eram quinze dias do tempo do visto da nave espacial. Os paraquedistas ainda estavam em serviços do pico do monte dando cobertura ao que os professores tinham que fazer naquele tempo de estio. Na parte de baixo, os trabalhos prosseguiam a todo pano, com os homens do Exercito, Aeronáutica e  pessoal contratado fincavam a pista de pouso e os tanques de querosene para avião como mandava a norma. De noite, a iluminação era intensa e havia até equipamento de radar a vasculhar o céu a toda hora. Arquitetos, engenheiros, Químico, Físicos trabalhavam noite e dia junto com os operários para transformar aquele pequeno município em um grande corredor mais estratégicos do mundo. Estadistas procuravam visitar a pobre região e repórter e fotógrafos faziam suas meterias direto do município de Panelas. Alí era o mundo que se abria.
De imediato o doutor Orlando Martins, que já havia adquirido um carro para a sua filha, Marina, então Secretária de Educação do Município, teve uma ideia com certeza brilhante. Após ter visto um reclame em uma revista de tempos remotos, ele pensou em adquirir um prédio em uma esquina e promover de forma a sustentar uma hospedaria em um primeiro andar. Na parte de baixo seria um bar ou boate como um excelente piano e uma prateleira onde se guarnecia as bebidas tendo ao fundo um gigantesco espelho. Todos os consumidores que entrassem no bar que também funcionava um cassino tinham a satisfação de ver aquela estonteante beleza ao resplendor dos olhos. Uma figura de mulher fazia parte do panorama. Era um retrato gigante como se estivesse uma deusa dos Olimpos. Armas, não eram permitidas. Se alguém chegasse com alguma arma teria que deixar na sala de entrada onde se podia guardar  outros objetos. O bar ou boate tinha a denominação de “Cassino”. À noite era um ambiente repleto de luzes. Os que vinham a passar se hospedavam na parte superior do prédio.
Com o seu sitio de boa largura, Orlando Martins pode assinar um convenio com o Governo Federal para ser instalada uma base de pouso em seu patrimônio tendo cerca de cinco mil metros de extensão para caber as pistas de pouso e decolagem para aviões a jato ou mesmo de outros tipos, inclusive para helicópteros. O terreno era um mundo. O aeroporto tinha uma estação de quatro andares, farol acesso sempre a noite, construções de cabines de radares, hangares para aviões, helicópteros a até mesmo balões com segurança total. A Base Aere-a era privativo da Força Aérea, Exercito e Marinha. Quando tinha que vir alguém convidado podia passar por sobre a pista. No local tinham pistas de pouso e de decolagem com uma extensão de quatro mil metros. E outra menor para as aeronaves fazer embarques e desembarques de instrumentos eram igualmente funcionais. Somente com o aluguel da parte da fazenda ao Governo Federal, Orlando nem precisava mais em pensar comprar e vender gado. E com tudo o que se fez, a cidade cresceu como nada mais crescia no País. Igreja, Mercado Publico, comércio, indústria entre demais coisas estavam em plena ascensão. O aeroporto de Panelas, como ficou sendo designado o mesmo traria forte atração para toda a região.
Na parte da serra do Monte Sagrado, continuavam os trabalhos. Logo no inicio da obra foi erguida uma ponte com material das Forças Armadas para ter acesso os cientistas que buscavam a resposta para os túmulos  feitos no cume da serra. Alí estavam catacumbas bem diferentes das normais conhecida no continente apenas com uma cruz, sinal de que ali foi enterrado um judeu. Não. As catacumbas foram construídas há milênios em um estranho e misterioso exemplo de culto à vida apossa morte. Elas foram descobertas por acaso por um militar paraquedista do Exercito cujo nome nem sequer ficou gravado para a posteridade. Era uma verdadeira necrópole aquela que se estava a descobrir. A exploração nas pedras rústicas da serra veio a ser vista a chamada colina dos mortos. Nesses locais haviam fragmentos de utensílios usados pelos familiares dos mortos quando eram sepultados. Mesmo sem saber o que se estava a descobrir no alto da Serra, a população especulava sobre os que os cientistas estavam a encontrar.
--- Eles estão escavacando por toda a Serra do Monte Sagrado! – dizia alguém
--- E nada eles informam. – comentava outro.
--- É a chave do milagre. Alí esta a Serra Sagrada! – respondia a anciã Rita a rezar o seu oficio.
--- Besteira, minha avó. São coisas que não se dizem logo! – comentava uma das netas da anciã.
E o frenesi de comboios continuava a chegar a cidade a toda hora do dia e da noite. No terreno do velho Juca abriu-se uma passagem ate a Serra do Monte Sagrado dividindo-se a fazenda e a serra. Para tanto foi firmado acordo entre o Governo Federal e o velho Juca com as quatro testemunhas de ambos os lados a sacramentar o documento. Pelo caminho passavam os carros pesados do Exercito e da Aeronáutica levando e trazendo novos documentos achacados. Com o tempo a passar, sem mais o apoio logístico dos paraquedistas, tendo apenas a ajuda de novos militares a cobrir vasta área do monte, escavando tuneis achados, os cientista encontraram uma tumba de modo estranho.
--- Eu percebo que aqui os extras-terrestres colocaram importantes personalidades do seu tempo. – comentou o engenheiro encarregado das escavações.
--- É verdade. Um grande complexo funerário escavado na rocha. – relatou o seu auxiliar.
--- Para se chegar à catacumba é preciso descer em uma escadaria. – comentou o engenheiro.
--- E tem um poço onde presumivelmente os extras terrestres mergulhava o morto. – fez ver o auxiliar.
--- É bom se concentrar nessa descoberta. – falou o engenheiro.
Daí por diante os técnicos se concentraram no trabalho passado toda uma tarefa apenas para mergulhar no poço e tentar encontrar alguma espécie de corpo. Eles descobriram nichos para sarcófagos e outros para colocação de urnas funerárias. Foi uma descoberta e tanto. E levariam dias para descobrir mais alguma coisa, como salas de familiares e propriamente banquetes funerários. As oferendas de culto ao morto era o final das celebrações.
--- Ainda não podemos dizer coisa alguma. O negocio a apenas esperar o tempo. – comentou o engenheiro.
--- E tem gente lá fora querendo saber de novidades a esse respeito. – disse o arquiteto.
--- Nós daremos uma entrevista. As fotos apenas se mostra a que nós tiramos. – falou o engenheiro.
Do outro lado da Serra havia apenas o comércio e a indústria. A moça Marina, secretária de Educação, após uma conversa longa chegou a um acordo com o pessoal do Sindicato. Os meses em atraso seriam pagos em parcela junto com o pagamento do mês. E os professores voltariam às salas de aula de imediato. Houve assembleia e ficou aprovado o acordo. A prefeitura engordou o seu investimento com a entrada de novos ajustes vindos com a chegada do aeroporto, do comercio em franca expansão e de bares, hotéis, lojas de artigos domésticos e principalmente das damas da noite que vendiam seus corpos em troca de bebidas e comidas feitas na hora.
No bar “Cassino”, a gerente Darlene, a sobrinha de Orlando era a gerente do estabelecimento. Apesar de haver a ordem de não ser permitida a entrada de fregueses com arma de fogo, um dia na frente o estabelecimento, pararam dois automóveis e desceram três elementos se dirigindo então para o interior do bar. No outro veiculo ficaram os seus ocupantes. Quando menos se previa, um ruivo, de barba feita, baixo, entroncado, gritou:
--- Isso é um assalto! Todos deitados! Passe o dinheiro, sinhá vaca! – gritava o ruivo com toda a raiva e revolver apontando para Darlene.
Nesse momento, detrás de um pilar, surgiu José Jacó dizendo apenas:
--- Hei! – falou José Jacó com tranquilidade
Ao ouvir o chamado, o ruivo se virou. E nesse instante, um trinchete gravou em seu peito atirado por José Jacó com a máxima precisão. O homem não teve tempo nem de gritar. Olhou o trinchete e de leve caiu no chão. Os outros dois facínoras quiseram vingar o amigo, mas uma voz do alto de uma alcova disse:
--- Nem façam isso. Aqui tem uma arma para cada um de vocês. – disse o homem postado acima dos dois elementos.
Em seguida, o segundo carro saiu desembestado com os seus ocupantes deveras atormentados. 

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