quinta-feira, 24 de novembro de 2011

CREPÚSCULO - 23 -

- DOROTHY MUNIZ -
- 23 -
DESISTÊNCIA
Na manhã do domingo, quando a maioria dos senhores do município de Panelas estavam em viagem para a capital do Estado, os nossos cientistas escavavam as ruínas descobertas no alto da serra do Monte Sagrado a procura de ter uma visão melhor do que estavam a procurar. Por mais que escavassem, os cientistas não conseguiam encontrar uma passagem para o interior de um mausoléu por eles assim chamado. Acreditava-se ter ali um sepulcro para depositar os mortos ou coisa parecida. Há quatro meses os arqueólogos estavam a experimentar uma espécie de entrada para ter acesso ao local do sepulcro dos mortos. Nesse local eles toparam com uma porta enorme, talvez fosse feita de uma espécie de bronze. E por mais que batessem no bronze, os arqueólogos nada conseguiam. O portal tinha cerca de dez metros de altura por seis de largura. E era apenas a gigante porta de entrada de um sepulcro. Ainda tinham outros. Eles, os arqueólogos, experimentaram dinamitar o local, porém nada pode conseguir. Um toque na massa do portal e se ouvia um som como se fosse um ruído abafado a expandir pelo espaço. Por vezes, os astrônomos tinham desistido e buscado a procura de informações mais detalhadas nos livros da Universidade. Chegaram eles até a solicitar de arqueólogos de outros países informações de como derrubar o portal de acesso do mausoléu.
--- É possível dinamitar o portal. - relatava algum dos cientistas.
Essa sugestão teve vários conceitos. Talvez pudesse detonar a placa de bronze e destruir tudo de uma só vez. Ou mesmo danificar o portal e se pondo fim ao era preciso a encontrar. Esse conceito levou algum tempo para os arqueólogos tomarem uma decisão:
--- Vamos dinamitar a monstruosa porta. Enfim, seja o que Deus quiser. – relatou o chefe dos arqueólogos.
E assim, foram eles a dinamitar a porta gigante. Com isso se armou todo o complexo para dinamitar o enorme portal. Quando a massa explodiu, viu-se não adiantar de coisa alguma. Apenas as migalhas de chão se desfizeram. E tudo voltou a estaca zero. Os arqueólogos viram não adiantar em muito. O portal de bronze era quase todo liso tendo apenas um triangulo bem ao centro do portal. Tal triângulo os cientistas não observaram. Provavelmente naquele local estivesse à forma de se abrir o portal. Das esferas do triangulo desciam raios em três direções, de cima a baixo. Era tão elementar que os astrônomos não percebiam a sua forma. E, por isso, os cientistas usaram a dinamite para explodir o portal sem nenhum êxito. Depois da explosão da dinamitem, os astrônomos passaram a empregar maçaricos, caso sem o menor sucesso.  Desse ponto em diante, eles desistiram de tudo para poderem descansar e pensar no que seria feito dali para frente. Era a metade do dia quanto um astrônomo teve a ideia de explodir tudo de uma só vez. Nesse ponto os seus companheiros de jornada se alteraram.
--- Isso é loucura! Está vendo uma coisa dessas? – vociferou o astrônomo.
--- Eu defendo essa causa. Pois, se a porta não quer abrir por bem, que seja por mal! – relatou o cientista cheio de clamou.
--- Eu desisto. Vocês fiquem aí com essa coisa que eu vou embora! – relatou outro cientista partindo em retirada do acampamento.
E o caso de se abrir o portal terminou então. Todos já estavam cansados após quatro meses de trabalho, no vai e vem sem fim. O Comando Militar do Exercito foi avisado da decisão dos homens da ciência e também ficou a espera de ordens superiores. A Base Aérea foi notificada da decisão dos cientistas da Universidade. Porém agiu com cautela. Nos dois Quarteis a vida continuava como sempre. Soldados, cabos, sargentos, tenentes e graduados mais para frente não tomaram qualquer decisão. Além do mais, a Aeronáutica estava no local para proteger o País de qualquer invasão de forças estrangeiras ou extraterrestres. A vida no âmbito das casernas era bem mais diferente do que a vida dos civis.
À tarde caminho sem novidades, a não ser do caso que afetou o Estado com a morte do Chefe do Governo. À noite, começaram a retornar da capital do Estado os que tiveram de ir para cumprir seu ato de apreço e solidariedade. Os Comandantes Militares, esses não saíram dos seus postos de mando. Entre tudo e mais tudo o que houvera nada empanou o trajeto do repórter Eustáquio Lopes e do seu companheiro de trilha, o roceiro Gafanhoto. Esses estavam no mato trancado à procura da senda das naves espaciais.  
À noite, quando Orlando Martins chegou a sua residência na companhia de sua filha Marina, após o jantar o homem foi para a varanda da frente do casarão apreciar o matagal, pois não tinha nada a fazer. Então chegou a sua filha menor, Amanda, e procurou se agasalhar em seu colo. O homem logo acolheu e lhe beijo na face. Outra que de imediato veio, foi a maior, Marina, e procurou se sentar em uma cadeira acolchoada a palitar os dentes e olhar também o matagal e a Base de aviação nem tão perto do casarão. Os dois, Orlando e Marina, pegaram a conversar até chegar o vaqueiro José Jacó. O vaqueiro tinha que ir ao bar verificar alguma coisa vez que também era o auxiliar de gerente. Um pau mandado, por assim dizer. Naquela ocasião, quando o seu patrão estava a tomar fresca na área da casa, Jacó aproveitou para contar as novidades acontecidas no município de Panelas.
--- Sabe patrão! Os homens debandaram! – relatou o capataz Jacó.
--- Homens? Que homens? – indagou um pouco desorientado o dono da fazenda.
Orlando estava um tanto desorientado com a morte do Governado por ter sido ele convidado para o almoço e sofreu o acidente que o vitimou de vez, na manhã do sábado. Orlando não esquecera tão de repente da tragédia. E por isso, quando Jacó falou nos “homens”, ele chegou a estranhar.
--- Os homens da pesquisa no Monte Sagrado. Houve uma discussão, um desentendimento, e eles largaram todo o serviço. – comentou Jacó sem querer mais se aprofundar no caso.
--- E quem disse isso? – perguntou Orlando colhendo um pouco mais de atenção.
--- Quem me disse foi um vaqueiro do velho Juca. Eles levaram todo o material do serviço. – comentou sem jeito José Jacó.
--- É. Já era hora. A turma estava há muito tempo nessa arenga. Mas houve alguma discussão? –indagou o fazendeiro a colher melhor Amanda no colo já com cara quem estava sonolenta.
--- Pelo que eu soube, os cientistas brigaram por causa de um portal. A turma não chegava a conclusão alguma. E um deles desistiu de continuar na exploração para abrir a porta. – comentou Jacó temeroso.
--- Porta? E tem porta lá dentro? – indagou Orlando ao seu vaqueiro.
--- É. Parece que tem um portal. Não sei bem dizer. – fez ver o vaqueiro.
Ainda ao meio dia estavam no alto da serra os pesquisadores Eustáquio Lopes e Gafanhoto, este o homem que decidiu mostra todas as moradas dos deuses das estrelas. Por isso, naquela hora eles já estavam no pátio em frente ao Palácio dos Deuses, suntuoso espaço, o qual o repórter nunca tinha visto. O repórter, aturdido com o local, ainda teve tempo de indagar:
--- Mas o que é essa casa? – indagou o repórter ao seu companheiro de viagem.
O homem olhou bem o repórter e depois se voltou para o Templo: o Palácio dos Deuses. Com um pouco mais de tempo quase a demorar Gafanhoto falou:
--- Esse é o Palácio dos Deuses. Era aqui onde os alienígenas se reunião com frequência para orar ou decidir sobre algo dos Deuses. Eles tinham o Oraculo, como você conheceu. Mas, antes, os Deuses estavam reunidos neste templo pra decidir o que podia ou não ser dito aos Comuns. - relatou o homem.
--- Nossa! Tinha tudo isso? E como eu entro no Palácio? Tem uma porta! – falou ainda o repórter.
O homem do mato olhou bem para o rapaz e levou certo tempo para falar:
--- O Portal. Eu vou mostrar como é aberto. Tudo isso é Mistério! – falou o homem sem sorrir.
Então, o mateiro se encaminhou para a parte onde havia apenas as muralhas. O portal ficava fechado ao lado das muralhas. Ele pôs a contar as lajes de pedras até chegar à derradeira laje. Nesse momento a empurrou muito leve a pedra por ele contada e se abriu uma escada de pedras. Tal escada dava para subir até a altura do Portal e, em cima, havia um diagrama e dentro dele um triangulo. No centro do triangulo estava uma esfera. Foi nessa esfera que o homem torceu pelo sentido anti-horário. Findo o trabalho, o portal deu um estrondo abafado e se abriu por completo para a direita e para a esquerda. Nesse ponto estava a mostra o nobre santuário onde os Deuses estavam a decidir o que havia de ser feito. A partir desse ponto o homem desceu, trancou os degraus empurrando levemente a pedra e chegou até o rapa quando disse para o jovem repórter:
--- Já podemos entrar. Depois de entrar no Templo eu tenho de fechar o portal. – relatou o mateiro.
Como se fosse um tremendo susto, o repórter viu tudo aquilo e não pode perceber como o homem tinha feito na verdade.
--- Como é que pode? Um homem do mato! – comentou para ele o repórter perturbado pelo que vira.
O homem, Gafanhoto, então se virou para o repórter e declarou.
--- Vamos. Tenho que fechar o portal. – relatou Gafanhoto ao sombrear das árvores.
O rapaz, temeroso, olhando para um lado e para o outro já de dentro do Templo, o enigmático Palácio dos Deuses, caminhando com as suas pernas bambas e a suar frio ele temia a tudo e a todos. De repente, um estrondo:
---- Brooooum! – fez o estrondo.
O repórter caminhou apressado mais para dentro do Templo e Gafanhoto apenas disse:
--- Foi o portal. – falou o homem sem sorrir.

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